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Crianças com menos de 14 anos são novo alvo da política anti-China dos EUA

EUA criam nova regra para desestimular famílias chinesas a enviar seus filhos para estudarem no país. “Recebi o recado: meu filho não é mais bem-vindo nos EUA.” Foi assim que o chinês Mark Wang, pai de um menino de 13 anos, reagiu à nova política do governo americano. Ele cancelou os planos de mandar o […]

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Crianças em trajes tradicionais chineses se preparam para a competição de recitais chineses em Dallas, Estados Unidos, em 14 de dezembro de 2019. (Foto de Dan Tian/Xinhua)

EUA criam nova regra para desestimular famílias chinesas a enviar seus filhos para estudarem no país.

“Recebi o recado: meu filho não é mais bem-vindo nos EUA.” Foi assim que o chinês Mark Wang, pai de um menino de 13 anos, reagiu à nova política do governo americano. Ele cancelou os planos de mandar o filho para um intercâmbio nos Estados Unidos neste verão. Inscreveu o garoto em um acampamento dentro da China. “Acho que essa nova regra é um gesto hostil”, disse. As informações são do jornal South China Morning Post.

Cada vez mais famílias chinesas estão entendendo esse recado. As mudanças no sistema de vistos são vistas como uma forma de inibir e intimidar. A mais recente medida do governo dos Estados Unidos obriga crianças chinesas com menos de 14 anos a comparecerem pessoalmente a uma entrevista no consulado, junto com pelo menos um dos pais, para conseguir o visto de entrada no país.

Até agora, esse processo era feito sem entrevista presencial, o que facilitava a vida de milhares de famílias. Com a nova regra, válida a partir desta semana, os pais terão que apresentar documentos para comprovar a identidade deles e dos filhos. Em alguns casos, mesmo quem aplicou antes da mudança pode ser convocado para uma entrevista.

Especialistas consideram a regra absurda. “É um processo inútil. O visto dessas crianças depende exclusivamente das condições dos pais. Um bebê que nem sabe falar precisa mesmo ir até o consulado?”, questionou Tracy Shao, consultora de intercâmbio em Chengdu.

Lily, uma mãe chinesa que foi até a embaixada americana com seus dois filhos para a entrevista, relatou o cansaço. O mais novo tem apenas oito meses. Ela levou os dois com medo de ter o visto negado, mesmo sem saber se era necessário. “Até amamentei o bebê dentro da embaixada”, contou. No fim, os funcionários informaram que os filhos não precisavam ter ido.

Por trás do discurso burocrático, a mudança representa mais uma barreira contra estudantes chineses. E isso pode afetar diretamente uma das principais fontes de renda das universidades americanas.

A China é o segundo país que mais envia crianças, adolescentes e jovens para estudar nos Estados Unidos — são mais de 277 mil estudantes, atrás apenas da Índia. Muitos deles começam com viagens curtas, como intercâmbios de verão, e depois seguem para cursos universitários. A nova política pode interromper esse ciclo.

A medida faz parte de um pacote mais amplo de restrições adotado pelo governo americano. No mês passado, o secretário de Estado Marco Rubio anunciou que os EUA vão “revogar agressivamente” vistos de estudantes chineses com ligações ao Partido Comunista ou que estudam em áreas consideradas estratégicas.

É mais um capítulo na escalada de tensões entre Washington e Pequim. E o alvo da vez são as crianças chinesas.

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