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Exclusivo! Nos últimos 12 meses até maio, balança comercial brasileira do petróleo tem segundo melhor desempenho da história

Não há como subestimar a importância do petróleo para a economia brasileira e global. O PIB mundial do petróleo, considerando a cadeia completa do setor, está perto de 10 trilhões de dólares, segundo alguns estudos. Apenas o petróleo bruto movimenta 1,45 trilhão de dólares anualmente. Nos EUA, a cadeia total do petróleo responde por cerca […]

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Não há como subestimar a importância do petróleo para a economia brasileira e global.

O PIB mundial do petróleo, considerando a cadeia completa do setor, está perto de 10 trilhões de dólares, segundo alguns estudos.

Apenas o petróleo bruto movimenta 1,45 trilhão de dólares anualmente.

Nos EUA, a cadeia total do petróleo responde por cerca de 8% do PIB do país.

No Brasil, estudos recentes indicam que o petróleo já responde por 6% da nossa economia.

Considerando apenas o PIB industrial do Brasil, o petróleo responde por 17% da riqueza produzida.

O petróleo é principal produto exportado pelo país. Os derivados de petróleo, sobretudo o diesel, são a nossa principal despesa com importação.

Segundo o Comexstat, o banco de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), as exportações brasileiras de petróleo totalizaram US$ 54,29 bilhões nos últimos 12 meses até maio, queda de 9% sobre o ano anterior, mas ainda assim a terceira maior da história, superada apenas pelos desempenhos de 2023 e 2024 (sempre considerando o período junho a maio).

Essa queda foi puxada, todavia, mais pela mudança nos preços do que pelo declínio em nossas exportações. Se considerarmos em quantidade, as exportações brasileiras de petróleo totalizaram 106 milhões de toneladas nos últimos 12 meses, queda de somente 3% sobre o ano anterior, e o segundo maior desempenho da história, menor apenas do que o registrado no ano passado.

A maior parte do petróleo que exportamos, ou 79%, segue na forma bruta, mas desde 2022 estamos conseguindo ampliar a venda de alguns derivados, em especial óleo combustível (usado em embarcações) e querosene de aviação.

Os principais destinos do petróleo brasileiro são China, União Europeia, Estados Unidos e Asean (Associação de Países do Sudeste Asiático).

Quando se considera a balança comercial do petróleo, ou seja, tudo que exportamos menos o que importamos neste setor, o desempenho nos últimos 12 meses foi o segundo maior da história, apenas um pouco inferior ao do ano passado.

Nosso saldo de petróleo ficou positivo em US$ 31,27 bilhões.

Importante lembrar que até 2015, o Brasil não era autossuficiente em petróleo, registrando déficits comerciais da ordem de dezenas de bilhões de dólares por ano.

Ainda somos deficitários, todavia, em alguns derivados, em especial óleo diesel. Nos últimos 12 meses, o Brasil ficou deficitário em 8 bilhões de dólares em diesel. Também ficamos deficitários, no mesmo período, em nafta e gasolina. No caso da gasolina, nosso déficit tem sido pequeno: de apenas 350 milhões de dólares em 12 meses.

A participação do petróleo no total das exportações brasileiras cresceu bastante nos últimos anos, e tem oscilado entre 16% e 18%.

As exportações brasileiras de petróleo, a propósito, já representam mais de 2,5% do PIB nacional.

A título de curiosidade, lembremos que as exportações totais do Brasil, considerando todos os produtos, tem correspondido, nos últimos 3 a 4 anos, de 15% a 17% do PIB.

Uma boa notícia é que, apesar da suspensão da construção de novas refinarias, após a Lava Jato, o Brasil tem conseguido usar as unidades já instaladas em capacidade máxima, fazendo a produção nacional de diesel manter um ritmo de crescimento quase a par com o aumento da demanda. Somando as principais refinarias brasileiras responsáveis pela produção de diesel, a média de 12 meses da entrega mensal subiu para mais de 2,55 milhões de metros cúbicos.

O Brasil precisa importar cerca de 20% a 30% do diesel que consome.

Nos últimos 12 meses, a importação de diesel nos custou 9,21 bilhões de dólares, queda de 8% no valor gasto no ano anterior, mas isso se deu porque os preços caíram, pois em quantidade importamos 12,98 milhões de toneladas de diesel no período, alta de quase 10%, e a segunda maior da história.

Desde 2024, o principal fornecedor externo de diesel para o Brasil tem sido a Rússia. Nos últimos 12 meses, a Rússia nos vendeu 8,05 milhões de toneladas de diesel, ou 62% de todo o diesel que importamos no período. O segundo maior fornecedor foram os EUA, com 22% de nossas importações do produto.

O acompanhamento dos preços de revenda do diesel nos postos é feito semanalmente pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Segundo ela, o diesel S10 (qualidade mais usada no país) começou a baixar nas últimas semanas e agora está em R$ 6,05 por litro, na média nacional, depois de ter chegado a R$ 6,47 no início do ano, e R$ 7,68 em julho de 2022. Esse patamar, porém, ainda está longe dos R$ 4,98 de julho de 2023.

O preço do gás de cozinha, medido por botijão de 13 kg, porém, ainda não cedeu. Ainda segundo o painel dinâmico da ANP, o preço médio nacional do botijão, na primeira semana de junho, estava em R$ 108,75, o mais alto desde medos de 2023.

Já gasolina comum vinha subindo nas últimas semanas, mas agora cedeu para R$ 6,25 o litro no começo de junho, segundo a ANP. Está longe de seu momento mais baixo, em janeiro de 2023, quando chegou a R$ 4,25, e de seu pico mais alto, em julho de 2022, quando bateu em R$ 7,39.

Confira mais gráficos abaixo, todos relacionados ao comércio exterior de petróleo.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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